Nego quando cava, quando cansa
Quando pula, quando tomba
Quando grita, quando dança
Quando brinca, quando zomba
Sente gana de chorar
Nego quando nasce, quando cresce
Quando luta, quando corre
Quando sobe, quando desce
Quando velho, quando morre
Nego pena sem parar
Nego conta ponto ai, umbanda
Ginga tonto, tonto ai, umbanda
Nego conta, ô
Nega nua, nua e umbanda
Toma bença, Lua e umbanda
Samba nua, ô
Xangô, meu céu escureceu
Exu me despachou
Calunga me prendeu
Xangô, Xangô, Xangô
Teu rancho se acabou
Meu reino, mar levou
Meu bem morreu, morreu
Morreu, oi, morreu, ô
Nego, nego chora
Nego samba na macumba do quilombo
No marafo da muamba
Dando bumba no ribombo
Do urucungo e do ganzá
Nego cai no gongo
Cai no congo dos mironga dos muganga
Todo o bando nesse jongo
Roda nego, roda tamba
Chora banzo no conga
Nego conta ponto ai, umbanda
Ginga tonto, tonto ai, umbanda
Nego conta, ô
Nega nua, nua e umbanda
Toma bença, Lua e umbanda
Samba nua, ô
Se Xangô chegasse, ai, umbanda
E já me levasse, ai, umbanda
Coisa boa, ô, ô, ô