Eu sô aquele boizinho
Que nasceu no mês de maio
Desde que nasci no mundo, ai
Foi só pra sofrê trabaio
Meu pai era um boi turuna
Que nasceu num sapezá
Seu nome era Barbatana
Por sobrenome de Marruá
Quando eu tava de ano e meio
Já fizero amansação
Em vez de amansá no carro, ai
Amansaro de carretão
Carreiro que me guiava
Era um mulato pimpão
Me dava co pé da vara
E chuchava co ferrão
Me dava co pé da vara
Só fazendo judiação
Eu preguei uma chifrada, ai
Que varou no coração
Veio o meu patrão e disse
Vou mandá esse boi pro corte
Não trabaia no meu carro, ai
Boi que já deve uma morte
Eu tava no arto da serra
E avistei dois cavalheiro
Com dois laço na garupa, ai
E dois cachorro perdigueiro
Pois era o senhor patrão
Que vinha me visitá
E o marvado carnicero
Que já vinha negociá
Adeus campo da Varginha
Terreno dos ananáis
Os zóio que me vê hoje, ai
Aminhã não me vê mais
Eu entrei no matadô
Nem achava mais saída
O mió jeito que tem
É entregar a minha vida
E o marvado carnicero
Já correu afiá o facão
Pra largá uma facada, ai
Bem certa no coração
Botei meu juêio em terra
Só pra vê sangue corrê
E o marvado ca caneca, ai
Inda aparava pra bebê
Mas já fiz minha promessa
Pra quem meu côro tirá
Que o mundo dá muita vorta
E sem camisa há de ficá